sábado, 7 de março de 2009

Lição de vida com Balões Coloridos !


Esse texto eu recebi por email de uma amiga escritora SIMONE PEDERSEN (Gravem esse nome !)

BALÕES COLORIDOS


Eu adoro criticar os meios de comunicação modernos, principalmente a televisão, que parece doutrinar a maior parte da população, aquela que não tem acesso à cultura.
Faz sentir-me tão intelectual. Costumo dizer aos quatro ventos, que eu não assisto televisão, gosto mesmo de ler periódicos (que estão custando os olhos da cara ultimamente), além de assistir dvds alugados (que também estão custando os olhos da cara). Novela? Nem pensar!
Mas, verdade seja dita: nem tudo na televisão é ruim. Existem programas interessantes. O problema está simplesmente em escolhermos os bons. Visto que a audiência é o alimento vital de uma programação, nós próprios temos o controle do que é oferecido.
Isso tudo, para comentar sobre uma lição de vida que recebi hoje, em apenas alguns minutos que assisti um programa de variedades. E mudou toda minha perspectiva de vida.
Tratava-se de um jovem casal, que teve seu primeiro filho, muito doente. Sabendo de seus dias contados, os dois, de licença do trabalho, dividiram as 24hs do dia de forma à que ambos ficassem com o bebê, e apenas eles, cuidassem do frágil recém-nascido. Com muita dificuldade para mamar, o anjinho precisava ser alimentado a cada hora, dia e noite, com apenas alguns mililitros de leite...
Em nenhum momento eles reclamaram de cansaço. Em nenhum momento eles brigaram sobre quem teria que trocar a próxima fralda, ou dar a próxima mamadeira. Nem discutiram quem levantaria no meio da noite. Fez sentir-me uma péssima mãe, filha, irmã, amiga. Fez lembrar-me de todos os momentos que eu sinto-me irritada com os tantos afazeres que a maternidade nos transfere, os familiares exigem e os amigos esperam.
O depoimento do jovem casal mostrou-me que tudo na vida é passageiro, e desaparece em largos passos, se nós não atentarmos a cada segundo, e vivê-lo intensamente. E que no final da vida, não adiantará mais ter aprendido essa importante lição, pois o tempo passado é tempo vivido, ou tempo perdido. Não existe meio-termo. Não se vive mais ou menos. Não se arrepende mais ou menos. Ou estamos presentes, inteiros no momento, ou nunca mais poderemos alcançá-lo.
No dia do velório do pequeno menino, os pais não estavam desolados. Estavam tristes, mas tranqüilos. Estavam conscientes que haviam feito o melhor que lhes era possível. Haviam amado cada segundo, cada suspiro, cada lágrima e cada sorriso daquele pequeno ser. E soltaram noventa e nove balões coloridos, um para cada dia de vida do anjo com quem tiveram o privilégio de conviver naqueles meses.
Todos os presentes olharam para o céu, refletindo quanto um momento singelo pode representar se nós o agarrarmos com unhas e dentes. E como o passado, os balões ficaram inacessíveis, desaparecendo no céu azul, num piscar de olhos. Lindos se foram, e nunca mais foram vistos, restando apenas a imagem de um inigualável entardecer, colorido como só a vida pode ser, por balões que representavam cada dia vivido no amor.
E você, a cada dia, mata um leão com muito suór, ou conquista mais um balão colorido? O dia é o mesmo, a luta é a mesma, mas você pode ser cinza ou colorido. O amor é colorido, como canta Whitney Houston em "I have nothing": "I will never change all my colours for you" . Somos nós os pintores do quadro da nossa vida. Nós escolhemos as cores, o momento a ser eternizado. Nós.
Feliz dia da mulher!

Simone